Sentem o peso dos olhos do mundo Que despem e devoram em poucos segundos Desviam das mãos que puxam ao fundo Violam os sonhos, apontam e acusam À passos incertos, por dentro aos berros Com medo discreto que obriga a aceitar As vozes encobrem, se portam mais fortes Rugidos ferozes, sem desistir, sem fraquejar Cantam as vozes que afrontam, cada um com sua dor Punhos cerrados em luta, até o sol se pôr Um leão por dia Um leão por dia Queixo erguido, orgulho no rosto Calejados por dentro, frágeis pros outros Se escondendo das sombras dos tolos e trazendo no peito o brilho do ouro Mil rostos te julgam, te empurram de lado, rejeitam seu espaço Te obrigam a lutar Com a guarda em dia, cada golpe, uma esquiva, firmes na rinha Sem juiz pra separar Cantam as vozes que afrontam, cada um com sua dor Punhos cerrados em luta, até o sol se pôr Um leão por dia Um leão por dia Essa vida é selva, mano! E os ratos se dizem leões Rugindo debaixo dos panos, ou ternos que valem milhões Se a carne é fraca, a língua ataca e o sangue põe a jorrar O sobrevivente afia as garras e a mente, pra não falhar! Cantam as vozes que afrontam, cada um com sua dor Punhos cerrados em luta, até o sol se pôr Um leão por dia Um leão por dia Um leão por dia Um leão por dia