Levantou em um mundo sem dor Vestiu seu terno reclamando do calor Eternamente em berço esplêndido Cruzou os faróis de uma cidade sem fim Aos sons de buzinas e música alta Sem ver nas lixeiras famílias comendo O escuro dos vidros era igual sua alma Na contra-mão do que pode salvar uma nação O sistema te obriga a lutar (Num trabalho que rouba sua vida) E nos ilude num doce refrão (Onde os acordes têm tom genocida) E finalmente olhou de sua janela E o que viu foi além do que a TV lhe mostrou O medo no rosto do trabalhador O irmão executado pela cor de sua pele O machismo que cala, mutila e ofende Na contra-mão do que pode salvar uma nação O sistema te obriga a lutar (Num trabalho que rouba sua vida) E nos ilude num doce refrão (Onde os acordes têm tom genocida) Esse sangue e o ódio que jorram nas ruas Tem que cair na conta de quem se elege nas urnas O sistema te obriga a lutar (Num trabalho que rouba sua vida) E nos ilude num doce refrão (Onde os acordes têm tom genocida)