Ante aos planos corroídos por traças; A fraqueza resume os ossos a pó, Porém esqueci-me de mim para erguer-te; Mesmo que ao fim, eu rastejasse só. Quis manter a felicidade como norte, Atropelando tudo, inclusive o revés, Contudo o descaso que me herda, Espanca a vontade e prega-me os pés. E os céus e paredes ora estão surdos, O meu mundo ignora o meu brado. Mudo, deixei na estrada o orgulho, Levando pesar e decepção ao fardo. É tão engraçado colher essas falhas, Quando se plantou somente o bem. Desventura, confesso a ti Sancho, Que conhece este vil como ninguém. Sabe, mastiguei dias e dias - dias vazios; Construindo teus castelos e minha cova. E hoje restam tijolos pintados à sangue. Outra maldita obra do azar e tuas sovas. Agora, eu, abrigo de derrotas e desgraças, O reflexo da desventura; Livro-me da utopia, o beijo, pois A boca que beijava, eis que me devora.