As duas filhas do sentimento; Trilhas pro consentimento; vias contra o sofrimento Me adentro na ideia, me concentro no coletivo Objetivo nunca foi ter plateia No começo da odisseia; Me sentei ao relento do vazio Gotejando pensamentos lentos Materializando poesia musical Melodia natural, algo muito especial Que não consigo por, ou sobrepor em um caderno compacto Meu mundo externo, interno, minha mão E caneta tem um pacto entre si Me torno um com a poesia, e não consigo nem me distinguir Sem concentração, não tenho a solução pra diluir E nem quero me despedir Vou ficar aqui pra decifrar o mundo E sua geografia e transformar em poesia O poeta sofre mais porque para pra pensar A poesia é o reflexo do seu olhar A cada nota que soar, uma palavra Não vai precisar ser mais dita ou repetida O mundo é grande por inteiro, mas desconhecemos o meio O substrato que pisamos e vivemos Nos afastamos da natureza criadora A negamos como um filho nega sua progenitora Eu to fadado a estudar comportamentos derradeiros Calculando o perímetro humano, alá victor loureiro Sufocando o desespero, e amedrontando o medo A poesia é a chave ou entrave do seu enredo Eu faço poesia alternativa como alternativa relativa De vida, é dádiva, duvida? Não busco a saída, já to no labirinto Me acostumo com que sinto, sou sucinto e meu futuro eu dito O sol nasce pra todos mas poucos conseguem ver Fiz o favor de nascer, então não posso padecer Minha composição compõe a sensação de viver Minha decomposição fará vida do chão nascer O poeta sofre mais porque para pra pensar A poesia é o reflexo do seu olhar A cada nota que soar, uma palavra Não vai precisar ser mais dita ou repetida Segundos não usados são momentos desperdiçados Indiferente de como queira, o mundo tem rodado O tempo tem passado Você tem aproveitado a vida ou só tem se estressado calado?