Os olhos brilham fogo, escarlate São faíscas de um incêndio a explodir Os nomes, os números e as formas Caem sob a luz , o calor e a energia A aberração das mortes nas ruas Os homens que seguem fardas A verdade constituída negando a constituição Os olhos brilham fogo, escarlate ... Não me peça pra ter paciência Nem fale de essência num mundo cristão O barulho do que despedaça Trinca e estoura a massa Dos que ficam no chão São mentiras, são conveniências Velhas estratégias de usurpar Nossas vidas não estão a venda Mais ainda assim vocês querem comprar Camará é jogo de angola Camará vou de pernas pro ar Condenados em suas sentenças Forjadas no sangue e na resignação Querem salvar almas E nos propõe: que pesamos perdão A justiça se faz com diplomas Universotários rezam a continuação De leis que invertem o real Protegem o ódio e a dominação Camará é jogo de angola Camará vou de pernas pro ar Mas nós não vamos ficar esperando Por nenhuma salvação O povo dança e a força que nasce Está nos calos, nos pés e nas mãos.