Viajando de a cavalo Um dia desses passado Passando em frente um rancho Na janela debruçado Vi um véio muito triste Magro, quase acabado Me pediu uma esmolinha Aquele pobre coitado Com os olhos rasos d’água Mostrou seu braço aleijado Eu fiquei tão comovido Quando o véio me falô Com sacrifício criei meu fio Com carinho e tanto amor Depois de moço formado Veja o que ele me aprontô Completô seus vinte ano De uma moça gostô O pobre véio chorando Sua história me contô Nóis morava neste rancho Há muito tempos atrás Este fato aconteceu Isto já seis anos faz Tem que ser a tentação Do demônio satanás Peço a Deus que me perdoe Que não me castigue mais Por ter ciúme da noiva Aleijou seu próprio pai Foi levar a noiva em casa Ele me pediu bênção A mocinha delicada Me beijou a minha mão O meu filho enciumado Nela deu um empurrão Nunca pensei que meu filho Me fizesse judiação Pegou meu braço direito Me cortou com seu facão Moço, esta é a minha história Deste velho aleijado O meu filho de remorso Já não vive sossegado Sua vida é um martírio Vive sempre embriagado Embora eu lhe perdoasse Ele pagou seu pecado A mocinha num convento Chora o seu triste noivado