São invisíveis as roupas do imperador São impossíveis seus falsos cantos de louvor É forjada, a pátria amada Revés furta-cor São tão distantes as pretensões de Dorival Asfixiantes as caravelas de Cabral É feijoada, folia requentada Utopia tropical É tão incerta nossa nação do carnaval Redescoberta sua vocação colonial Violada, é tudo ou nada No canavial Segura e lenta é a transição que não tem fim Não acalenta a nossa dor tupiniquim É todo dia que vence a euforia De gente ruim História pra boi dormir Nada vai se cumprir Só descaso e fracasso E não chega o fim de março Nasceu da invasão Cresceu perdão Não morre mais Cedeu o ouro e o pão O céu e o chão Ficou pra trás