Sobre a mesa, todas flores são de plástico E as vozes que eu ouço são reais A lembrança viva do seu rosto Trouxe tantos alívios artificiais Na esquina desta vida aguardo um táxi Esquento as mãos no meu blusão azul Propagandas de uma banda lembram você Sou um alien na avenida Procurando um gole de café Pelas ruas os sorrisos são erráticos E nas ruas todas as dores são iguais A lembrança tensa do seu rosto Infelizmente é algo que eu não penso mais Já é tão tarde e não volto pra casa Meus lábios deitam um absinto azul Todos passam pela noite menos você Sou um lobo da estepe procurando Um lugar comum Nas calçadas todos passos são frenéticos Todas almas que circulam, sazonais A lembrança do seu rosto numa foto Trouxe tantos paraísos artificiais No horizonte desta vida sou um pássaro Alcanço meu esquema sob um céu azul Escuto aquela banda pra lembrar você Sou um Beatles no princípio Procurando por um show qualquer Na cidade esse dia é tão patético E os sonhos se acumulam nos varais Não recordo o desgosto Na memória nem os seleciono mais É tão tarde e já estou em casa Nestas horas eu me sinto em um blues Tudo passa, todo dia, na mesma hora Sou um lobo da estepe procurando Um lugar pra mim