Estamos absortos e envolvidos Num gole colorido Mais uma dose de chá Que não alivia Todas dores da avenida se espalham Feito erva daninha Por trás de nós se esconde o céu Uma espera de uma paz E Que nunca virá Engolindo seus famintos Fome é o combustível Dos pedintes da esquina E eu não quero mais Me acostumar Em que parte da história E nós rendemos A santidade suntuosa De nossas ganâncias Não olhe para o lado Deixe tudo conformado Se não comove, não adoece E está remediado Claro como o brilho claro Entre olhares refletidos Um desastre assistido Que habita este lugar É tão fácil, é tão simples Somos todos acolhidos Mas alguns são escolhidos Todos deveriam ser E a cidade amanhece Inexorável nas escolhas Mas tudo está em paz Como não devia estar E eu não quero mais Me acostumar Em que parte da história E nós rendemos A santidade suntuosa De nossas ganâncias