Eu menino da roça Morava na palhoça Não sabia ler Lembro da minha infância E desde criança Com papai amanhecer Eu pai de família Ainda na lida Pra nada faltar Levo a esperança Que traga o destino Chuva pra eu plantar O tempo passou Já estou velhinho As mãos calejadas Que a lida deixou A vida na roça O cabo da inchada Lembranças que o tempo não apagou Assim foi a vida De um velho roceiro Suor no rosto e o calor a queimar Ainda é cedo Com sol vou deitar Num quarto apertado A luz do luar