Só os três no cais Livres de qualquer pressão O menino e o anzol Pescando com a solidão E à frente estava o mar Selando sua ambição Ficara ali tão só Barreados com o olhar do sol Sempre estavam lá O menino e o anzol E o vento a despistar Os rastros no atol E o mar a salpicar O rosto no farol Que tenta se encontrar Atado como um nó Aos dias em que a vida Teimou em lhe deixar tão só E agora só lhe resta Mais um lance ao mar Por ironia então O peixe também vai sangrar E vai sofrer Como o menino sofreu E vai morrer Como sua ilusão também morreu Tenho pena do guri Preso pelos dias ruins Que a vida esqueceu. Barreados com o olhar do sol