Corre, corre pelos cantos encostado nas florestas Passa pedra, curva, bosque até chegar Aonde o esgoto descarrega E escorrega a sujeira do sujeito que tem O conforto da torneira, da privada e da TV, também Pra esquecer da correria dia a dia Cm Abro o chuveiro e desafino no banho Enquanto a água suja escorre pelo cano E tudo se dilui la no vasto oceano Corre, corre fosse pranto margeado por floresta Leva barco, pescador e a dor no mar Aonde mora Iemanjá e a imensidão Que quebra em ondas de salgar o que vem O confronto em movimento até confunde o mal e o bem Quando a noite traz a Lua maré muda Passo o tempo, passa o dia no estalar do ano Enquanto a água suja escorre pelo cano E enferruja um progresso que deságua no oceano Água, lava a sujeira do lugar Mas quem que vai lavar água do mar? Água, lava a sujeira do lugar Mas quem que vai lavar água do mar?