Pessoas vazias em ruas vazias Os carros que passam, as luzes que brilham Homens, mulheres, senhores, meninas Caminham sozinhas Igrejas e bares, prédios e casas Palavras cinzentas que cortam suas asas O soco da mão do carrasco que vem Vejo sangue no jornal todo dia Eu vi um cara caído de arma na mão Ruas, esquinas e becos, vielas A noite que chega o dia encerra Clientes em busca do último porre Sonhos se esvaem em meio a fumaça Grito, sussurro, sorriso, ameaça Injeta morfina no sangue que corre Vejo sangue no jornal todo dia Eu vi um cara caído de arma na mão