Depois que o visual virou quesito Na concepção desses sambeiros O samba perdeu a sua pujança Ao curvar-se à circunstância Imposta pelo dinheiro E o samba que nasceu menino pobre Agora se veste de nobre No desfile principal Onde o mercenarismo Impõe a sua gana E o sambista que não tem grana Não brinca mais o carnaval Ai que saudade que eu tenho Das fantasias de cetim O samba agora é luxo importado Organdi, alta costura Com luxuosos bordados E o sambista Que mal ganha pra viver Até mesmo o desfile Lhe tiraram o prazer de ver