(Hum, quem está chegando por aí, salve o povo do Congo, salve pai Joaquim- Salve mizifia, força e poteção) De um certo tempo pra cá ando até meio assustado Não durmo mais direito com o corpo todo arrepiado É pesadelo a noite toda eu não paro de sonhar E alguma coisa me diz para mim ir num sarava Procurei uma terreira e fui na mãe Ana de Oxum Apeei o meu cavalo só escutei o zum zum Era um tal de pai João que ali estava baixando Índio velho encarnou em mim e já saí corcoveando Meus olhos escureceram e eu não enxerguei mais nada Me disseram os preto véio que a corrente tá formada Tava formada a corrente na terreira de Oxum E eu no meio saravando tirando meu cutufum Trouxeram a tal de maráfa e deram pra eu beber E com arro de guiné se atracaram a me benzer E lá num canto a preta véia fazendo a defumação E eu no meio corcoveando é o esprito do Pai João Fizeram um ponto de fogo pro Pai João me deixar E me deram sete passes com a mãe Iemanjá Eu dava pulo pra cima e batia os pés no chão Eu corcoveava mais do que potro redomão Foi ai que abaixou pai Xangô lá da pedreira Que fechou todo meu corpo pra tirar toda tranqueira Me taparam de pipoca foi aquela polvadeira Me botaram lá no chão e fiquei a semana inteira Quando o santo foi embora eu não podia nem falar Me trouxeram mais maráfa para eu me acalmar Eu dei de rédea no cavalo para casa vou rumar Mas outro dia eu volto pra dançar num saravá