Nasci num rancho barreado no fundo de uma estância Que passei a minha infância gineteando os terneiros São os costumes campeiros que a gente jamais esquece De coisas que acontecem ao passar tantos janeiros Lembro das brigas de touros e das caçadas de tatú do berro do boi zebú dos rodeios e carreiras das festas e domingueiras das carpas de canchas retas e os versos dos poetas e as guitarras milongueiras Hoje distante de tudo quando tomo chimarrão Me vem na imaginação um quero- quero voando Eu ouço o gado berrando então eu volto o passado Meio triste acabrunhado sem querer vou me lembrando Lembro-me de tudo um pouco quando penso no rincão A peonado do galpão meu velho rancho sem luxo Sou taura, guento o repuxo Mas a vida da cidade só trás lembramça e saudade do tempo deste gaúcho