Vanera eu nasci naquelas terras onde o minuano assovía cevando a erva pro mate chimarreando todo dia sou gaúcho de verdade na raça e no coração gauderiando em outros pagos mesmo assim nas veias trago o sangue da tradição o sol levanta cedinho e acorda o meu rincão e lá vai a gauchada pra roda de chimarrão quando bate uma tristeza daquelas que a gente chora dá uma vontade danada de largar tudo e ir embora então eu pego a cordeona e deixo o fole rasgar corro os dedos no teclado e num vanerão largado me esqueço até de chorar quando penso na querência vem a saudade baguala e se acomoda no peito numa dor que não se iguala esquento a água pro mate e chimarreio à vontade me sento à sombra da casa e penso que crio asas viajando nessa saudade terra buena e hospitaleira de um povo alegre e gentil sua natureza desenha a bandeira do Brasil contrasta as neves do inverno o céu tingido de azul e os trigais amarelando com as campinas verdejando o meu Rio Grande do Sul.