Quero um palco onde eu possa cantar Onde eu possa gritar Onde eu possa dizer meu nome Onde eu possa fazer meu nome Quero um palco livre Livre de preconceito, livre de censuras Quero um espaço só meu, só nosso Para que num tom bem forte, na cor lilás No brilho puro do azul, faça jorrar o amor O canto manso, o canto dos deuses O canto das sereias nas noites de Lua cheia O canto da cigarra O canto da noite de lobisomem Dos que foram homens Dos que fingem de homens Dos que não são homens Dos que parecem homens Dos que falam a verdade Dos que dizem a verdade Dos que choram uma grande paixão Dos que sofrem uma grande paixão Dos que acham que são eternos Dos que se dizem vencidos Dos que sofrem e são oprimidos Dessa noite sem fim Dos que choram por mim, dos que riem de mim Daqueles que não sabem nada de mim Daqueles que não viram nascer deste chão seco Deste grotão agreste, deste cabra da peste Deste guerreiro valente Nasci fraco, nasci forte, nasci no norte São Jorge é meu guia Sou das águas claras, das cantorias Sou da América poeta, sou da fantasia Sou espelho para muitos, sou da vida à alegria Nasci assim, sou bem Do bem, de bem Sou do início Sou Benício