Eu tô na roça Da Maria perdida Que sofria na vida De não ter o que falar Seu jeito calmo Silenciava o sono Dos cometas e raios Que vinham a lhe julgar A saia de cabeça pra baixo Com a calma nos olhos O amor vinha cantar O canto Da sereia na terra Do potiguar nos mares Água que vem te benzer Lhe juro Que se um novo caboclo Dividi-lo em duas partes O povo todo vai ouvir Sinhá senhora Respeito com todo apreço O som irradia dos lábios teus Pois a palavra nunca lhe apeteceu Sinto o vazio Da espera outorgada Que nunca chega a nada Mesmo nos rios e estradas Por onde levo a minha fantasia De ouvir a mim mesmo E todo grande desejo É ilusão aos ensejos O desejo aparece Na frente no ar Como pude provar Em minha descrição Um cabra caboclo Vem justificar A divisa do mar E começa um sermão Eu vim para te falar do conforto Que é pra tu não chegar morto Gastando o que tem que guardar Se soubesse que tu era mal agradecido Talvez nem tivesse eu vindo Pros caminhos lhe mostrar Vou me embora porque Esse povo da terra Não ouve a força divina Só o dinheiro ensina Só é poesia de tem rima A vida é muito além Dos dólares guardados embaixo Dos seus sapatos O desejo aparece Na frente no ar Como pude provar Em minha discrição Um cabra caboclo Vem justificar A divisa do mar E secou o sertão