Religar o olhar ao som do tempo às horas Religa a palavra ao seu sentido Religar Deus à reza ao som do ouvido à sua noção Religar os avisos, aos sobreavisos, achados aos perdidos A beleza à feiura, aos canos entupidos da imaginação Religar a perda ao ganho, à memo, ao esquecido Religar o começo ao avesso o seu fim, uns aos outros As roupas aos tecidos, aos livros, iluminação Religar a chama fria da fome à quente cor da visão Religar os verdes aos vermelhos, aos marrons Religar o vento do sim à sua contradição Religo o que se diz ao que eu não digo O que sai, ao que sigo ao centro da miração Religar, religar eu te digo Religar, minha religião O real, eu insisto, ao espelho À linguagem aos escritos na minha mão O teu corpo ao meu Religar um bocejo Ao meu acordado, o mais vivo As cartas das súplicas aos pontos de mutação Religar os sistemas às gerações, religar o chão ao pé À marcha ao velocímetro, o racional ao bípede implume de platão Religar, religar eu te digo Religar, minha religião Religar, relegere, religare O céu ao inferno à tua dimensão Desligar, apagar, não fazer mais sentido De mim, ao poder do coração