Me criei em Araçatuba Laçando potro e dando repasso Meu véio pai pra lidar com boi Desde pequeno guiou meus passo Meu filho, o mundo é uma estrada Cheia de ataio e tanto embaraço Mas se você for bom no cipó Na vida nunca terá fracasso Com vinte ano eu parti Foi na comitiva de um tár Inácio Senti o nó me apertar a garganta Quando meu pai me deu um abraço Meu filho, Deus lhe acompanhe São esses os voto que eu lhe faço E como prêmio do seu talento Lhe presenteio com esse meu laço Por esse Brasil afora Fiz como faz as nuvens no espaço Vaguei ao léu conhecendo terra Sempre ganhando dinheiro aos maço Meu cipó em três rudia Cobria a anca do meu Picasso Foi o que me agarantiu o nome De boiadeiro punho de aço De vorta pra minha terra Viajava a noite com o mormaço Naquilo eu topei com uma boiada Cortando o rio vinha passo à passo Um grito de boiadeiro Pedindo ajuda cortou o espaço Eu vendo o peão que ia rodando Sartei no rio com o meu Picasso A correnteza era forte Eutirei o cipó da chincha do macho E pelo escuro ainda consegui Laçar o peão por um dos seus braço Ao trazer ele na praia Meu coração se fez em pedaço Por um milagre que Deus mandou Sarvei meu pai com seu próprio laço