Anoiteceu! No verde que abriga minha aldeia Lamento ao esplendor da Lua cheia Raiou! A maldade do carcará Desperta a fúria Mbayá Pajé evoca meus ancestrais Quem ousava destruir a paz É ventania vinda de além-mar Ouça, a natureza que se manifesta O coração é arco, a mente é flecha Ser livre é a lei do meu lugar Auê auê, Guaicuru chama pra guerra Eu sou o grito que amedronta a floresta Auê auê, Guaicuru não tem senhor Cavalgando mata adentro, enfrentando o invasor Lágrima escorre do meu rosto Pintado de dor e de traição Página da história esquecida Escondida no olhar de cada irmão Brasil, meu país menino O passado não me fez servil Clamo ao cavaleiro da floresta Verdadeiro filho dessa pátria mãe gentil Hei de preservar meu aracê Meu povo é sentinela kadiwéu No pantanal há de resplandecer O verde das matas, o azul do céu O pranto da alma apaga essa chama É luz de Iara, Tupã e Caaporã Dono da terra é falange Guaicuru Barroca é resistência por um novo amanhã