Dá licença minha gente que eu agora vou declamar Tem gente que fala dos outros mas é de mim que eu vou falar Tenho fama e um bom cartaz, disso eu posso me orgulhar Mas tudo que eu tenho eu devo a quem me pôs neste lugar É esta platéia querida que sabe tão bem aplaudir Com as palmas da platéia muitas emoções eu já senti Se estou no pedestal da glória e os degraus da fama eu já subi Devo ao público brasileiro e amigos que eu conheci Sou artista por vocação, sou amigo dos amigos Tem gente que fala de mim mas pra esta gente eu não ligo A inveja não me atinge, na minha luta eu prossigo Quero que Deus abençoe e perdoe meus inimigos Minha fama corre o mundo, todo mundo me admira Meu peito é igual um sino, minha voz é igual Sou um rei e minha coroa tem brilhante e pedra safira Da minha cabeça essa coroa quero ver quem é que tira Para o ódio eu respondo com palavras de perdão Daqueles que me odeiam eu estendo a minha mão Faço igual Nosso Senhor no dia da sua traição Que deixou Judas beijar na face pra dar o sinal da traição Já recebi cartas anônimas com terríveis ameaças Com promessas de vingança me desejando trapaça Eu queimei uma por uma, das palavras eu achei graça Só ficou a cinza na terra e foi para o céu a fumaça Quem escreve e não põe o nome comete a maior traição Eu comparo com o gato que dá o tapa e esconde a mão É a arma que usam os fracos, homens sem posição É a fortaleza dos covardes mais perigoso que o ladrão Vejo os amigos felizes e seus negócios progredindo Fico alegre e satisfeito por que eles tem que subir A tristeza invade meu peito em não impedir Quando um amigo fracassa e vejo na estrada cair Sou sincero e destemido, dos meus pais a herança veio Mas não dobro a minha espinha, coisa que eu acho veio Sou igual o puro sangue, de nada eu tenho receio Se eu precisar eu morro na raia mas não deito com o arreio