Água de chuva encharca Mas não afoga o penar Para lavar esse meu desalento O que me resta é sambar Samba pro meu amor Samba não tem razão de ser Olha agora pra avenida Me ensina a esquecer o meu sofrer Se vingança estancasse dor Preces valem mais Quando ditas por um pecador Que nunca teve um dia de paz Noite adentro e fora da cabeça Bêbados demais Lucidez encharcada de delírios A noite é feita pros mortais Manda acabar a tristeza Leva de vez meu pesar Desfaz o nó que aperta meu peito Faz essa angústia passar Acendo a vela pro santo Entro no passo do povo Antes que o sol ilumine meu pranto Canto meu samba de novo