Mescla de tiro e trovoada retumbando nas canhadas é como tropa estourada num louco bater de patas. O entolo do pajador, a força do cantador, a guela do trovador que na pua o verso arremata. É o soco do doze brasas quando nas aspas entrelaça de um touro velhor fumaça de lombo se vai ao chão é o talho de prateada num bochincho encarreirada o descanso da peonada, nos pelegos do galpão. É assim o meu Rio Grande, é assim o meu Rio Grande tchê, que canta versos campeiros ao derrodor dos braseiros por amor a tradição. A sanga que mata a sede, um São Jorge na parede, uma coxilha bem verde matando a fome do gado. É noite de temporal, um poncho véio carnal, é o galope do bagual, pra se escapar do mandado. É domingo de rodeio, um pingo mascando o freio, um palanque e um esteio, la no canto da mangueira. É o amor de uma xirua, sob um clarão de lua, é um guerreiro charrua peleando la na fronteira. É assim o meu Rio Grande, é assim o meu Rio Grande tchê, que canta versos campeiros ao derrodor dos braseiros por amor a tradição.