Meus olhos te procuram em tudo, e no entanto, Meu olhar, qual triste canto, parece voar em vão no infinito. E a alma angustiada então chora de saudade, Sente falta, de verdade, daquele amor tão sagrado e bonito. Me abandonaste por acaso, meu deus? Já não sinto o toque da tua mão… O olhar exausto despencou lá do céu, E preso à terra pensa estar numa prisão. Porém a solidão que sinto Vai demonstrando que não é tão inútil assim: Pois cada lágrima que agora rega o chão Vai fecundando e transformando num jardim. Eu sei que tu estás. Não te toco, ouço ou vejo, Mas o amor que tanto almejo Encontro aqui, como um rio no deserto. Eu sei que tu estás e aprendi que a solidão É vagar na imensidão Buscando a ti quando estás tão perto.