Nem quase sempre fala tudo o que sente Nem sempre sente quase tudo o que fala Saí por ai semeando estrelas cadentes No céu da boca, onde a língua fertiliza os dentes... O poeta Mistura de bruxa e de fada, titã de vanguarda É o autorretrato no beijo É candura na faca! É criança indomável no ventre da mãe natureza É a febre, a certeza do adulto ou criança doente... O poeta É artista sem palco Que é pego em flagrante pintando corações É comício gestante É palestra dançante... Num instante é paixão! Não reclama da obra, o seu parto... Na arte, a dor traz prazer Faz permutas de sexo Discute o complexo Diz que o eu é você