Uma velha senhora, América Latina Mas diferente das senhoras aristocráticas Talvez por tanto amor, talvez por tanta cor É com unhas e dentes que defendo a raça É com unhas e dentes que defendo a vida É com unhas e dentes que defendo a massa E a praça cercada de guardas E a pedra, o sangue, a calçada A cena televisionada Aquilo não era bala de borracha É com unhas e dentes que defendo a vida E cantam e choram os Arawetés Os torturados de Guantánamo e os Apinajés Os imigrantes do Haiti e os povos do Xingu Enredos semelhantes de uma mesma história O bolero e o samba, o rum e a cachaça Fidel, Morales flutuam pelos ares Da América inteira batida Feita de sonhos, intrigas Refeita a cada despedida A bênção minha mãe vou partir de novo É com unhas e dentes que defendo a vida