Geraldo Augusto quer comer bacon em paz E arrotar o hino nacional carregado de Red Label Tamanha distinção, uísque pro patrão E na quebrada sobra dura pros moleques Geraldo Augusto quer manter-se cego E ao mesmo tempo empanturrado dos fatos E relatos jornalísticos que amedrontam a nação E isso é muito bom Pro bolso do empresário que geralmente É o dono do jornal e investe também em segurança Tráfico de armas, cocaína e cinema E vive quase sempre sem cair em contradição Entre a farmácia e a padaria Entre o salário e o fim do dia Entre o revolver e a anistia Entre Deus e a psicologia Entre a verdade e a traição Geraldo Augusto quer manter a tradição De praticar a hipocrisia com tamanha maestria Naturaliza as desigualdades com tamanha indiferença E viajar Pra resolver seus problemas existenciais E viajar Anfetaminas, vodka e vitamina de abacate pela manhã E viajar E resolver os seus problemas Os seus problemas E viajar Lalala, lalalalala