Aprendi a conviver com a dúvida Nem toda dívida instaura uma dádiva, pacífica Prefiro a incerteza de sua presença Que a lembrança de dias seguros Aprendi a respeitar a desilusão Nem toda ávida instaura uma vívida, enfática Prefiro a mágoa de sua presença Que a lembrança de dias tranquilos Ter a certeza pode ser um tédio Toda evidência encerra a fantasia Eternidade cheira enxofre, inferno E as marés Como escolas da vida Combatem afoitas o brilho do vento E as marés dançam em cada gota, eufóricas Um carnaval em movimento