Eu tenho um coração, Um século atrasado. Ainda vive a sonhar, Ainda sonha a viver. Acredita que o mundo é um Castelo encantado e como criança Vive batendo forte com prazer. Eu tenho um coração, Um mísero coitado Que um dia há por fim, O mundo compreender. É um poeta, um sonhador, Um pobre esperançado, que habita No meu peito e enche de sons... Meu ser... Meu ser... Quando tudo é matéria E é sombra, Ele é uma luz... Ainda crê na ilusão... No amor, na fantasia... Sabe todos de cor os versos que compuz... Deus pôs-me um coração Com certeza enganado. É por isso, talvez, Que ainda faço poesia Lembrando um sonhador Do século passado... Eu tenho um coração, Um mísero coitado Que um dia há por fim, O mundo compreender. É um poeta, um sonhador, Um pobre esperançado, que habita No meu peito e enche de sons... Meu ser... Meu ser...