Posso não ser do gueto Sim, sou branquinho Mas não venha me julgar filho da puta, "viadinho" Eu pago minhas contas, faço minha correria Vagabundo é prato cheio pra toda patricinha Fácil é falar, difícil é fazer Mas se correr o bicho pega, se ficar o bicho vai comer Pode não aplaudir, não vou deixar de brilhar Não conhece o proceder não venha rotular Você não é o que pensa que é Você não vale o que tem Abre a cabeça mané Você não é o que pensa que é Você não vale o que tem Abre a cabeça, abre a cabeça Abre a cabeça, abre a cabeça mané! Infância fudida, num mundo tortuoso Até já passei fome, pode crer foi cabuloso Eu olho pra rua e vejo tantos iguais Será que foi assim, desprezado por seu pai? Vivi tão pouco e já sofri demais Tô cansado dessa vida de rasteira, leva e traz Os grandes prometem, os pequenos caem na dança Ano a ano ficando só com a esperança Esse tipo de ajuda prefiro até descartar Não conhece o proceder não venha rotular Você não é o que pensa que é Você não vale o que tem Abre a cabeça mané Você não é o que pensa que é Você não vale o que tem Abre a cabeça, abre a cabeça Abre a cabeça, abre a cabeça mané! Você é grande não é dois, sente o peso do meu talento Na quebrada onde eu nasci tamanho não é documento Eu não sou o Baiano, nem tão pouco o Nascimento Mas se bater de frente se prepare pro arrebento Paz e liberdade é só isso que eu quero Já morei em mil lugares, hoje eu tenho meu castelo Dou minha cara a tapa pra quem quiser falar Se não conhece o proceder não venha rotular Você não é o que pensa que é Você não vale o que tem Abre a cabeça mané Você não é o que pensa que é Você não vale o que tem Abre a cabeça, abre a cabeça Abre a cabeça, abre a cabeça mané!