Livrai-me de mim, da emoção fingida, da razão metida Do meu ser frágil e covarde Livrai-me de mim, da soberba enrustida, do perdão barganhado Da exaltação de um clamor perdido Deus, me livre de mim Da presença ausente em um sorriso inútil Da perda de espaço, do fracasso da sorte Preciso estar livre da liberdade que escraviza Da prisão que não prende No meu melhor ou pior momento Livrai-me de mim Quando eu mais achar que não preciso E da minha maldade escondida Da minha busca no livramento da culpa Faça-me fugir de mim De um eu que só se vê E não sabe ver além do que os olhos veem Livrai-me de mim Do abraço falso, do passo incerto Da exaustão de um amigo Deus, me livre de mim Do tapa nas costas, da alegria de festa Na infelicidade da vitória do outro