Era das dez para as onze Das onze para o meio-dia O mundo passou-me à porta E eu chamei-o para dentro Para ver como é que ele era Para ver como é que ele ia Era das dez para as onze Das onze para o meio-dia Pel' aquela estrada acima Vinte e cinco cegos vão Cada cego leva um moço Cada moço leva um cão Cegos, cegos, são os cegos Que tem o mundo na mão Era das dez para as onze Das onze para o meio-dia Pel' aquela estrada acima Vinte e cinco surdos vão Cada surdo leva um poço Cada poço um alçapão Surdos, surdos, são os surdos Quem tem o mundo na mão Era das dez para as onze Das onze para o meio-dia Pel' aquela estrada acima Vinte e cinco mudos vão Cada mudo leva um poço Cada moço um cão Mudos, mudos, são os mudos Quem tem o mundo na mão Era das dez para as onze Das onze para o meio-dia