Se o fel da solidão vem em pequenos goles de esperança Meu coração é um litro cujo fundo não se alcança Como pode a figurante, tão distante que vira cenário Estrelar a trama de um otário como eu? Será Deus, será Deus, que a estranha nos meus sonhos Como eu, como eu, sonha com estranhos? Ei, estranha, eu sei o teu peito também arranha A vida é assim, mas não crave suas unhas logo em mim Eu, que pago a penitência de morar na sombra da sua ausência Saudade de te fitar com os olhos da cidade Será Deus, será Deus, que a estranha nos meus sonhos Como eu, como eu, sonha com estranhos? Serei Deus eu nos seus olhos tão castanhos? Seremos ela e eu bons e velhos estranhos? Nada é real, nada é real, enfim Triste é que, afinal, nada é mais real, pra mim Será Deus, será Deus, que a estranha nos meus sonhos Como eu, como eu, sonha com estranhos? Serei Deus eu nos seus olhos tão castanhos? Estranhos