Desejos são asas, desejos são sinais O movimento extrai-se em direção ao querer Ele grita, ele se mostra E deseja ser consumado, ser liberto A face do desejo é avessa Não vista de fora, não se traduz no espelho Mas no olhar do hospedeiro No púlpito de sua testa E nas opções que se restam uma só é correta Desejos são pés descalços Desejos são alertas Intactos, esvaem-se de si mesmo Quietos e estabelecidos Tímidos ou ocultos Presentes à espreita, mas insanos A vida é o chão, é o ar e, nas opções que se restam Desejos são asas, desejos são sinais E nas opções que se restam uma só é correta