Se perdeu numa poça E caiu em um furo de céu Refletido Seu rosto no abismo Tão azul quanto seu umbigo. Escondeu-se no escuro Dei um beijo, virou susto E correu pro espelho, mas não há luz Que cubra o seu custo Se perdeu numa poça e caiu em um furo de céu. Desencontra rio e mar. Diz que é ferida sarada, Mas não vai parar de assoprar. Doce voz, velada e só, À deriva entre o ar e o pó Ria antes que o medo divida Não se perca na multidão Grita E antes que eu perca de vista Incendeia as mãos.