Você quer andar com a minha gangue Você quer caçar com a minha matilha Você quer jantar a minha língua Você quer falar o meu silêncio Você quer tecer um subtexto Você quer compor um epílogo sórdido Você vai orar pela revolta Você quer morder a hóstia do êxtase Você quer nutrir o obsceno Você quer atiçar esse enredo morno Você quer provar alguma coisa Me pegar de surpresa Mas o destino é leigo E a vida, banal Minha negligência é visível Eu sou superficial Eu sorrio em covardia, eu não tenho rival Eu triunfo em apatia, eu não tenho rival Eu me distraí, me distraí, me distraí O meu descaso é fatal