Se tiverdes inimigos Aguardes complacente suas caridades Assim a hipocrisia com suas deveras verdades Sejais subserviente aos que confabulam Lançar-te ou manter-te no abismo Feito os transtornos Bem-aventurado o convívio no covil das serpentes Quanto aos prepotentes, sejais mais que eles Para que a embarcação da prática e do discurso Não perca o prumo Pois o garbo é encher-se de si Para brunir o triunfo do vazio E carregar o cemitério dos outros Logo, descaradamente Logo, descaradamente Eles contam com o seu perdão No final, no final, no final Precisamos de mais fome Distrações, tiranias Intolerância, explorações Medo, fake news De mais preconceitos de cor De gênero e o caralho a quatro Vanglorie a herança perpétua Dos mantenedores de cativeiros Das mercadorias semi-vivas a germinarem resiliência Sem risco à sociedade, como um incentivo à claque Da taxidermia psico-histórico social Precisamos de menos história Contestações, menos direitos Por mais olavistas, negacionistas e mitos Merecera-lo-ás uma sova nos dois lados da face Para apodrecer feliz no pódio de chegada