Num rancho fundo de campo foi ali meu nascimento Porta escancarada ao vento, de barrote sem tramela Bem na frente uma cancela de cerca de varejão Que formava o parapeito, do rancho até no galpão Me criei golpeando potro e pealando égua gaviona Cortei charque na carona , prá fazer meu carreteiro E me enrrolei num bacheiro prá me desencarangá Hoje só resta a saudade dos velhos tempos de piá De bombacha arremangada sem camisa pé no chão Pousava lá no galpão ouvindo o cantar do galo Prá recorrer os cavalos, e esquentar a chaleira Enquanto a barra do dia clareava serra e fronteira Já comi bago de touro com cinza sem botar sal Nunca cai de bagual queixo roxo e cruniudo E o touro por mais guampudo, não me faz ir pras pitanga E as veis refresco meu lombo tomando um banho de sanga Aonde eu moro vivente, fica ali no pé do morro O pingo a china o cachorro, são três tesouros sagrados Se me sinto abichornado, pego a canha e me emborracho Rebento a alça no peito golpeando minha oito baixo