(Nasci na terra jesuita Pedaço de chão farrapo Se adaga me vier de ponta eu enquadro o corpo e me escapo Não disparo do perigo Nasci, pra ser índio guapo) Me criei a campo afora Gaudério xucro e matreiro Sem piquete e sem potreiro Tendo o mundo por guarida E os manotaço da vida Pra mim me serve de abraço E eu canto que me espedaço Na minha pátria querida E os manotaço da vida Pra mim me serve de abraço E eu canto que me espedaço Na minha pátria querida Se o mundo trocar de ponta Eu sigo do mesmo jeito Sem orgulho ou pré-conceito Calma igual água parada A minha honra sagrada Vou conservar a vida inteira Se for pra fazer sujeira Eu morro pobre sem nada A minha honra sagrada Vou conservar a vida inteira Se for pra fazer sujeira Eu morro pobre sem nada Muito vez me entreverei Entre a poeira e a fumaça Mostrei resistência e raça Pra defender o meu couro Defendi taio e estouro Nas horas de precizão Sou índio que na razão Nunca aguentei desaforo Defendi taio e estouro Nas horas de precizão Sou índio que na razão Nunca aguentei desaforo (Como diz meu amigo Benone Boqueira Mais vale a lágrima de uma derrota Do que a vergonha de não ter lutado companheiro)