Eu fui criado bem desse jeito Dentro do peito, eu trago tropa de verso O mundo véio' é o meu ranchito O céu é a teia' e, embaixo, eu sou o alicerce Sou da campanha, por isso é que eu canto forte Deus meu deu sorte pra cantar o Brasil inteiro Desta maneira, eu me criei abagualado Meio encarvoado de um fogo véio' campeiro Na' minhas melena', pra comprovar o meu canto Eu trago cinza de um borralho galponeiro Na' minhas melena', pra comprovar o meu canto Eu trago cinza de um borralho galponeiro Me deito tarde, mas me garanto Que eu me alevanto primeiro do que os vizinho' Minha cantiga, que me diverte Também me interte' o cantar dos passarinho' A mão pelada acoa no alto do morro E o' meus cachorro' deitado' em roda de mim Um urutau que grita no meio do mato Lá na restinga, escuto gritar o graxaim No arvoredo, canta alegre o João-barreiro E, no potreiro, uma coruja no cupim No arvoredo, canta alegre o João-barreiro E, no potreiro, uma coruja no cupim Debulho milho pra galinhada Trato a porcada e vou reformar o alambrado Pego o Boi Preto e o Boi Pitanga Trago na canga e já vou metendo-lhe arado Encilho o pingo ligeiro, pior que um relampo Me vou pra o campo pra dar uma campereada Armo o meu laço pra laçar algum terneiro Pegar uma vaca se tiver imundiciada' Se a vaca véia' virar de ponta pro mato Já enrosca as guampa' no fundo da minha armada Se a vaca véia' virar de ponta pro mato Já enrosca as guampa' no fundo da minha armada