De crina e cola aparada Saí reboleando o toco Jeito de guapo e de louco Para cantar para o meu povo Comigo não tem retovo Isso é um dom que Deus me deu E, pra ser bagual que nem eu É só que eu nasça de novo Pra ser bagual que nem eu É só que eu nasça de novo A trotezito, eu me vou Entre coxilha e canhada E eu nunca tive invernada Por mais distante que eu ande Meu verso xucro se expande E um pensamento me resta Que tudo bagual que presta é cria do meu Rio Grande Que tudo bagual que presta é cria do meu Rio Grande Nos campos do meu Rio Grande O meu lombo não se arca Sou sem bocal e sem marca Trouxe de berço essa sina Na minha terra sulina Eu passo noites de ronda Patudo e anca redonda com maçaroca na crina Patudo e anca redonda com maçaroca na crina Eu cruzo serra e fronteira Vou até no litoral Sem maneia e sem buçal E sem nenhum tento de arreio Em campo em que eu pastoreio Erva braba não me mata Por eu ser solto das pata', me chamam bagual sem freio Por eu ser solto das pata', me chamam bagual sem freio