Não há pio na natureza ainda que coxo em beleza que não tenha essa fineza de ter a quem se destine Cada qual o seu encanto seja riso, seja pranto Eu agora, no entanto vou mas é beber uma mine A mãe chama pelo filho o lobo chama sarilho o vagalume com brilho Não é nada que se ensine O luar chama os pardais os telhados outros tais ninhos nunca são demais Vou mas é beber uma mine A mulher chama de noite o tal homem que se afoite para a casa que os acoite E que o céu os ilumine Tudo tem os seus arranjos O cipreste chama os anjos a madrugada, marmanjos Vou mas é beber uma mine Não há pio na Natureza ainda que coxo em beleza que não tenha essa fineza a Natureza não erra Não é nada que se ensine e que o céu os ilumine Vou mas é beber uma mine à saúde desta terra.