Levantei em tempo presente Que amiúde se desdobra em dois. Ajustei claro em minha mente O que não se deixa pra depois. Parei para ouvir do dia Sua música experimental. Gozei doce enquanto eu lia Fragmentos de explosão verbal. Avistei nuvens e foguetes De traçados quase angelicais. Desmontei um ou dois macetes Pra entender de coisas maquinais. Lambuzei a cara com sorvetes Entre exaltações sensoriais. Enfrentei pedras e porretes Como fossem fatos naturais. E eu meio que não faço caso, Tem mais do que eu vi em sombras de mil tensões, E ao meio nunca me reparto, Brincando de ler entranhas de mil canções. E eis-me aqui neste degredo De toda coerência, E aqui não há segredo, Só bruta experiência Eis aqui este degredo De toda coerência, E aqui não há segredo Nem visos de ciência Aplaudi vendo bem de perto A mosquinha azul em plena ação. Redigi breve manifesto Pela sua divinização. Caí na toca da aranha Me expandindo entre suas projeções. Pari essa peça estranha Martelada entre os meus botões.