Aqui quem fala é Hélio Bentes junto com Azagaia Tacando vários fogos na Babilónia Eu não nasci não Pra ser carne de canhão, não Eu não nasci não Pra ser julgado por qualquer ladrão Talvez você não saiba disso Talvez você esteja omisso Mas me proteger não é o seu compromisso Seu compromisso é defender seu opressor Que oprimiu meu pai, minha mãe, meu irmão e seu avô Se o barulho da sirene me dá medo Se me faz tremer os pés, o corpo inteiro Calafrios com medo do cativeiro Me torno mais forte quando me olho no espelho Vejo que não sou um dos seus Essa sensação de poder que você tem Que te faz sentir melhor do que alguém Tem te atraído o mal e não o bem Tem te atraído o mal e não o bem Então tira essa foto e bota o pé no chão Nós que somos o seu povo, largue essa ilusão Enquanto ele enche o bolso, enquanto ele é o ladrão Você está atrás do seu, farejando como cão Quando o império Babilónia for ao chão Tu vai ser o primeiro a cair, não duvide disso não E antes que seja tarde, não aja como um covarde Faça a sua própria parte Eu não nasci não Pra ser carne de canhão, não Eu não nasci não Pra ser julgado por qualquer ladrão Cuidado com esse canino da farda Disposto a morder quando ladra Atrás de carros na estrada ou de charros na quebrada Eles vêm de repente, armados até aos dentes Vem com ordens do tenente Do coronel, do comandante Para descarregar cassetes nos manifestantes presentes Para doer na alma até dos ausentes Eles vêm contentes aprisionar o povo nas correntes da violência Se alguma vez tentares, mano, eles têm competência Chambocos para quando te manifestares e teres consciência Os cana cumprem ordens não avisam com antecedência Eu não nasci não Pra ser carne de canhão, não Eu não nasci não Pra ser julgado por nenhum ladrão Então por favor Quem que for senhor Se é que deu a ordem Hélio Bentes Resgate, resgate A sua piedade Resgate, resgate A sua identidade Resgate, resgate A sua dignidade Resgate, resgate A sua identidade Eu não nasci não Eu não nasci não Eu não nasci não Para ser julgado por