Língua de fogo e cangaço No céu de estrelas e de São João Canto de Lua, repente, cordel E oxente! Xaxado e baião Terra da mãe natureza Que o Sol incendeia e vida gerou Mandacaru, espinheiro Bordando as belezas no pé de fulô Oh mainha dá um cheiro Meu balaio de amô Sou daqui mulher da peste Sou Nordeste, sim sinhô Sanfoneiro toque o fole Hoje vou rodopiar Tem festejo no terreiro Quero ver você dançar Cabo de enxada, cacimba Cabaça, moringa, rama de feijão Reza de Santo rosário Sou filha da cria do Sol do sertão Açude do brejo respinga Na pedra polida o rio secou Poça de água barrenta São rimas na prosa de um cantador Oh mainha dá um cheiro Meu balaio de amô Sou daqui mulher da peste Sou Nordeste, sim sinhô Sanfoneiro toque o fole Hoje vou rodopiar Tem festejo no terreiro Quero ver você dançar O sangue nordestino corre Nas minhas veias com orgulho Sou força, resistência Não silêncio meu barulho Terra de povo trabalhador, que tem fé Que cai e logo fica de pé Sou filha da caatinga Da terra da luz Terra de Esperança Garcia, Dandara Ana Neri e Raquel Queiroz Para sua xenofobia Deixo a nossa cultura Que tem Betânia, Gonzaga, Bráulio Bessa Patativa, Belchior, Alceu, Veveta e Rapadura Nordeste não é só seca Não sinhô E seu ódio não me encabula E eu bato no peito e grito com ardor Sou daqui mulher da peste Sou nordeste sim sinhô Oh mainha dá um cheiro Meu balaio de amô Sou daqui mulher da peste Sou Nordeste, sim sinhô Sanfoneiro toque o fole Hoje vou rodopiar Tem festejo no terreiro Quero ver você dançar