Nasci no meio do mato Sou um filho do sertão Não jogo conversa fora Falo só por precisão Minha água vem da mina O alimento vem do chão Dos meus braços o salário E Jesus é meu patrão E assim eu sou feliz Ao Senhor eu agradeço Por me dar tudo que tenho Eu penso que nem mereço Na cidade eu só vou Pra comprar o que é preciso Pois aqui tem quase tudo O que não tenho eu improviso É a luz da lamparina Que ilumina a minha choça Que beleza, meu irmão Ver crescer a minha roça E assim eu sou feliz Ao Senhor eu agradeço Por me dar tudo que tenho Eu penso que nem mereço No velho rádio de pilhas Com os filhos e a patroa Eu escuto as notícias E também moda das boas Da caça e da pescaria Eu só tiro o necessário Pra manter o equilíbrio Aqui nesse santuário E assim eu sou feliz Ao Senhor eu agradeço Por me dar tudo que tenho Eu penso que nem mereço