Fazer o quê, se eu só luto Quando as causas são perdidas E de minuto em minuto Me meto em beco sem saída? Fazer o quê, se meus atalhos Dão no ponto de partida E de ato falho em ato falho Embaralho a minha vida? E, se a criação deu zebra O maestro deu vexame E a maçã mordeu a cobra Sou pincel pra toda obra Nesse éden de origami É o papel que me desdobra Me invente, me rasure, me amasse E ainda assim me ame Fazer o quê, se fui expulso Por pregar a utopia E hoje sou um anjo avulso Nem o inferno me queria