Há os que lutam com a foice Outros que xingam com as mãos Há os que emprestam de noite E de dia tiram o pão Cada qual faz como lhe cabe Justiça, todos querem Como consegui-la, não se sabe Há os que são justos só para si Há os que vivem de ajudar Há os que não querem nem mentir E dizem “isso nunca vai mudar” Há os que só sabem reclamar Justiça, todos querem Como consegui-la, não se sabe Há os que sofrem a vida inteira Há os revoltados sem ação Há os justiceiros, mãos caveira Há os que pensam soluções em vão Há os de ideal cego e sem verdade Justiça, todos querem Como consegui-la, não se sabe Há os que xingam e apedrejam Há os que babam seus carrascos Há os mártires e os que se matam Há os que sempre serão fracos Há os da espera que tudo se acabe Justiça, todos querem Como consegui-la, não se sabe Há os unidos e os isolados Há os mercenários e os fanáticos Há os sérios e os debochados Há os ativos e os apáticos Há os que não dançam o baile Justiça, todos querem Como consegui-la, não se sabe Há os que buscam imposições Outros pregam a boa vontade Há os da liberdade e das prisões Há egoístas da maldade Há os que não tem prazer na bondade Justiça, todos querem Como consegui-la, não se sabe Há os que buscam o bem de todos Mas nem conseguem ter prazer Há os que prometem tudo aos poucos Mas sempre adiam o seu prazer Há os que esperam o fim da maldade Justiça, todos querem Como consegui-la, não se sabe